Atentado em Barcelona

'É uma tristeza ver crianças mortas, pessoas jogadas no chão', relata santa-mariense que está em Barcelona

Silvana Silva

  • "Estamos em estado de choque. Ontem, saímos com amigos em uma cervejaria. Era a Barcelona que conhecemos, alegre, cheia de pessoas nas ruas, movimentada. Hoje, as ruas estão vazias, os metrôs estão parados, há alerta para não sairmos de casa. Pela TV, vimos imagens chocantes. É uma tristeza ver crianças mortas, pessoas jogadas no chão, correndo."

    O relato do atentado que chocou o mundo, ocorrido nesta quinta-feira, em um bairros mais turísticos de Barcelona, é da professora aposentada da Universidade Federal de Santa Maria, Carmen Fontana, que há mais de um mês passa uma temporada na cidade espanhola com a família.

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  • Da janela do apartamento onde que está hospedada, Carmen percebeu que havia uma correria na rua. Foi quando descobriu que uma van atropelou várias pessoas em La Rambla, uma via de grande circulação de pedestres que liga uma praça central à orla da cidade.

  • – Estávamos todos dentro de casa. Eu estava cansada, e decidimos suspender o passeio que estava programado. Cheguei na sacada e vi pessoas correndo e entrando nas portas e ruelas. Achei que fosse alguém assustando a multidão. Jamais imaginei que fosse um atentado – relata Carmen.

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  • Pouco tempo antes do atropelamento coletivo – o governo de Barcelona divulgou que são 13 mortos e mais de 50 feridos –, o marido de Carmen, o também professor aposentado da UFSM, Hugo Fontana, tinha saído para ir ao mercado:

  • – Estamos a duas quadras do local onde ocorreu. É muito perto. Eu sai para ir ao mercado hoje e passei ali no local onde ocorreu o atentado. Voltei para casa e, agora, há helicopteros sobrevoando o nosso apartamento e muitos policiais nas ruas. As ruas estão vazias – contou Hugo.

As ruas de Barcelona, vazias após o atentado Foto: Carmen Fontana / Arquivo Pessoal
  • Segundo o casal de Santa Maria, muitas pessoas que não estavam nessa área turística ficaram sabendo do atentado tempos depois. No momento em que o Diário conversou com o casal, por telefone, eram 20h30min em Barcelona. A cidade estava parada, com policiamento pesado nas ruas, pedidos de doação de sangue nos hospitais e muita solidariedade.

    – Os taxistas colocaram cartazes nos carros informando que, hoje, estão trabalhando gratuitamente no socorro às vítimas. A solidariedade é muito grande – disse Carmen.

    Veja o vídeo feito da sacada do apartamento da família de Santa Maria por volta das 21h (horário de Barcelona) desta quinta-feira:

Depois do ataque, as ruas de Barcelona ficaram praticamente desertas  Foto: Carmen Fontana / Arquivo Pessoal

O ATENTADO

Uma van atropelou dezenas de pessoas no centro de Barcelona nesta quinta-feira. Há pelo menos 13 mortos e 50 feridos, segundo as autoridades.

A polícia do governo da Catalunha confirmou o caso como atentado terrorista e disse que "ativou os protocolos" de terrorismo.

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O ataque na La Rambla. Após ter percorrido pouco mais de 500 metros atropelando quem estivesse na sua frente, o motorista da van usada no ataque teria fugido a pé e se escondido em um bar. Um dos terroristas já foi preso.

O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, informou que está em contato com as autoridades e que a prioridade é atender os feridos e facilitar o trabalho das forças de segurança.

A Câmara Municipal suspendeu todas as atividades da cidade, inclusive as festas de Gràcia, tradicional celebração do bairro catalão que completa seu bicentenário nesta edição. O evento é chamariz para milhares de turistas à cidade, que já costuma ficar cheia durante o verão europeu.

NOVA FORMA DE ATACAR

Confirmado como ataque terrorista, o episódio em Barcelona entra em uma já extensa lista de atentados na Europa em que os autores usaram veículos como armas. Em 2016, os mais mortíferos ocorreram com caminhões em Nice (14 de julho, com 86 mortos e 434 feridos) e Berlim (19 de dezembro, com 12 mortos e 56 feridos).

Neste ano, Londres foi alvo de três ações semelhantes, mas com automóveis. Em 19 de junho, uma pessoa morreu e dez ficaram feridas quando um extremista de direita avançou com uma van contra pedestres perto da saída de uma mesquita.
No mesmo mês, no dia 3, terroristas usaram uma van para atropelar pedestres na ponte de Londres e atacaram pessoas a facadas num mercado próximo. O ataque foi reivindicado pela organização terrorista Estado Islâmico.

Em 23 de março, um motorista matou duas pessoas e feriu outras 40 em um atropelamento na ponte de Westminster. Depois, saiu do carro e esfaqueou um policial num dos portões do Parlamento britânico -o agente também morreu. A ação também foi reivindicada pelo EI.

A capital da Suécia, Estocolmo, também foi alvo de um ataque com veículo em 2017. Em 7 de abril, um motorista avançou com um caminhão sobre pedestres e deixou cinco mortos.

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